sábado, 27 de dezembro de 2008

Murmúrio de um estranho


shhhhhhhhh! quero ouvir-te dizer o meu nome,
sentir cada letra pronunciada no mais puro arrepio
e acordar na sombra do teu calor
ao toque do teu sabor...

Não te oiço! foi sonho...
fecho os olhos mas ja não te encontro
e tento dormir mais um pouco
so para te sentir passrear no meu pensamento....


26 de Dezembro 2008
Pandora de Montmartre

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Noite Gelada




Conversas escritas em pautas de música suspensas
Trepei muros, atravessei rios sem nunca te encontrar.
O teu riso era a balada da noite, os teus caracóis fios de luz escassa.
A segurança do abraço o calor do teu olhar.

E quando te vi, era vento murmurando.
Vício da pele o sabor dos teus lábios.
E as estrelas penduradas testemunhas.
O olhar no primeiro raio de sol, não quero ir.

Guardo um olhar que parecia tão perto.
Resta cinza da batalha que nunca foi travada.
Que se passou entre nós?
Se somos os dois culpados do Fim!


21/11/08

"7"

domingo, 14 de dezembro de 2008

Deixa-me procurar-te II


Tanto que te procuro e não te encontro,
rebusco na memória lembranças preliminares
para te recordar com ansia de te voltar a ter...

Tanto que te quero que o querer esta cansado
e tento cega de ti, chegar-te ao coração
para me aninhar no seu calor...

Tanto que te quero esquecer,
mas quanto mais quero
menos consigo,
e vivo presa a ti, sem saber como me libertar
prisioneira de mim, por a ti me querer entregar...


14 de Dezembro, 2008

Pandora de Montmartre

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Adeus


Procuro recordarte,
mas a tua imagem esta já dissipada na bruma...


A trilha que me deixaste para te seguir
a erosão dos sentimentos apagou-a...


Perdida, procuro um caminho,
aqui esta frio e escuro...
tenho medo...


Os teus olhos já não me guiam...
o teu cheiro já não se faz sentir...


e já te disse, aqui esta frio e tenho medo...
não quero nem vou ficar... vou seguir... adeus...



9 de Desembro 2008
Pandora de Montmartre

domingo, 30 de novembro de 2008

ja não gosto de gostar de ti...


Ja gastei a palavra adoro-te de tantas vezes a dizer,
ja gastei a força de tantas vezes me agarrar ao sentimento,
e a tua imagem está gasta e sem cor
de tantas vezes a recordar...


Queres-me sem me ter, que espere sem ansiar
e que me guarde sem me fechar.
Não me prendes com amarras
mas seguras-me com palavras...


Escapas-me entre os dedos,
como se fosses água que me mata a sede
mas não me sacia...


És um estranho que estranhamente me cativa,
que me fez ser o seu pecado,
mas a penitência pago-a eu,
porque tem o teu cheiro,
o teu sabor,
o teu toque...


Olhar-te-ei uma ultima vez nos olhos...
sentir-te-ei uma ultima vez afundares-te em mim...
e uma ultima vez guardar-te.ei comigo...


28 de Novembro 2008
Pandora de Montmartre

domingo, 16 de novembro de 2008

Egoismo protector





É um espaço só meu, eu sei...
um espaço próprio, único, mágico...
Não me peçam para vos deixar entrar,
não me peçam para partilhar,
a partilha cria laços,
os laços confiança,
e a confiança pode ser traida...

Um mundo desprovido de trivialidades,
de traição, de mágoas, de embrieguez mundana...
Deixar-vos entrar seria permitir uma poluição,
e eu quero continuar a respirar,
livre de pesadelos...

É meu, e ate me saciar, não o partilho...

17 de Novembro 2008

Pandora de Montmartre

sábado, 8 de novembro de 2008


Caindo como névoa sobre mim,
pedido dessa formula formulado,
resta-me do caminho um lado.
Suspiro-te um claro sim,
quero que sejas tu
o meu pecado...
15 Setembro 2008
Fernando Miguel Santos




domingo, 21 de setembro de 2008


Numa procura rebuscada um tanto ao quanto comodista, acabei por descobrir que há momentos na vida que não necessitam duma procura, mas sim dum encontro casual e simples. por vezes passamos demasiado tempo a olhar para as estrelas a tentar ver algo que na realidade esta mesmo ao nosso lado, numa conjugação de perda e de reencontro que acaba por dar um sentido ambiguo á forma como vivemos e desfrutamos das diversas situações. Creio que me perdi algures entre uma defesa incontrolável e automatica, e um sentimento profundo que me fazia divagar numa utopia lamentável. Mantinha-me num equilibrio demasiado proprio e demasiado solitario para alguém que ama intensamente a vida, quando dei por mim, estava á beira dum precipicio, e por mais estranho que possa parecer, não com o intuito de suicidio mas sim com uma vontade imensa de me lançar e planar numa realidade mais profunda sem nunca a penetrar. Lancei-me sem pensar nas consequências e dei-me conta que na verdade, aqule meu estado de metamorfose, tinha acabado há muito tempo e como não tinha abandonado o casulo, limitava-me a existir sem viver. agora sim, sentia intensamente cada brisa, cada gota de agua, cada raio de sol... sentia o emergir de sensações e emoçoes que ate á data me eram estranhas. se as forças se vão manter ou vão fraquejar, não sei, se cair pelo menos caio com uma pequena ideia de como a fragilidade humana depende de cada um de nos... nem demasiado aventureiros para nos lançar-mos do Olimpo, nem demasiado cobardes para nos mantermos num submundo imundo e desprovido de luz... nem os ratos que habitam o esgoto vivem sem terem provado o sabor da superfície...

21 de setembro 2008
Pandora de Montmartre

segunda-feira, 15 de setembro de 2008



No sono dos justos entro em silêncio...
Sopro baixinho ao ouvido o meu desejo
de te ter numa noite por inteiro...

16 de setembro 2008
Pandora de Montmartre

Espera ansiosa...


Pulsar de tempo ansioso...
Compasso desgastante
que fará emergir a loucura,
quando entrares no mais profundo de mim
e me consumires como último trago de água
deixando o odor da tentação consumada...

15 de Setembro 2008
Pandora de Montmartre

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Encontros




Não fosse o destino fazer-nos cruzar
e trazer consigo todo um conjunto de estranhos momentos...
Ironia talvez.
Mas cada nova sensação
traz consigo um murmurio obsceno
de quem quer apenas vestir o corpo com ternura...
E quando o desejo grita ensurdecedor
revela so a proximidade de um suspiro quente
e de duas vozes ofegantes
que se unem numa ardência cadênciada...

Saciam-se vontades pecaminosas
numa envolvente luxuriosa
onde a penitência será o tempo de espera
até se voltarem a consumir...
11 de Setembro 2008
Pandora de Montmartre/ Fernando Miguel Santos

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Monólogo


Perdi-me....
onde?


não, sei...
tu sabes?


talvez...
quem és?


alguém...
quem?


olha em volta...
não vejo nada...


concentra-te...
não consigo... esta voz...


quem sou?
ja sei...


sim, a tua consciencia...

o5 de Agosto 2008

Pandora de Montmartre

sábado, 2 de agosto de 2008

Memórias de um Lobo

Era a mim que pertencia esse olhar
esse mar em chamas,
profundo e escuro...

Era a mim que pertencia esse beijo
essa boca lasciva de desejo...

Era a mim que pertencia esse toque
esse veludo sedoso de ternura...

Era a mim que pertencia esse "amo-te"
esse sussurro de felicidade...

Era a mim que me pertencias...
tu, apenas tu, um lobo solitario
que me criou no seu imaginário,
me desenhou e fez sair do papel,
e me deu o nome de Doce Demónio...

Eras tu em mim, em nós,
num so, que se quebrou
e numa bruma plena de neblina
perdeu-se para todo o sempre...

03 de Agosto 2008
Pandora de Montmartre

quinta-feira, 3 de julho de 2008


Corro sem olhar para tras e vejo-me cair...
chego onde mais ninguem chega,
morro e regenero-me,
e torno-me num sopro de sonhos...

2 de julho 2008
Pandora de Montmartre

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Desejos pecaminosos


aos teus olhos, menina mulher que não cresce...
desejo que teimas proibir...

mulher anjo, doce demónio...
palavras ja gastas
que anseiam gestos

tempo de espera que não termina...
pulsar de ansie dade cansado e ja breve...
que pode terminar em vão....

29 de Maio 2008
Pandora de Montmartre

quarta-feira, 9 de abril de 2008

algo que nunca te disse II.... um segredo revelado...


Quis amar-te em segredo como quem ama com medo...
mas tu revelas-te ao mundo todas a filosofias
e utopias sonhadas que não tiram ninguem do chão...

Quis dizer-te baixinho ao ouvido como quem embala o menino,
que um sopro de ternura
é tão breve como a loucura,
de quem fugaz se aclama....

Quis dizer-te como arde a chama,
como se queima o coração,
como diferente e a paixão
de quem quer por saber, ter o que não pode perder...

Quis dizer-te porque faltava dizer...
dar-te o que nunca te dei,
o que querias que fosse
numa gota de orvalho,
eterno retalho das palavrei que soprei...

"será pedir muito?
falta sim pedir"
Dizias tu com receio...
e quando pedis-te e eu ofereci
lacraste com ternura todas as palavras que soletrei
e perdeste-me para sempre num verso que te escrevi....

10 de Abril 2008

Pandora de Montmartre

quinta-feira, 27 de março de 2008

Fogo, noite e calma...


Porque choras?
Levanta-te, anda... vá!!

Tantos lamentos para que?
Tanta raiva sufocada em soluços
tanta magia apagada,
tanta loucura exasperada...
e no final.................nada......

Levanta-te ja te disse....
as mãos estão dormentes,
de tantas quedas amparares
estão dormentes e não reagem...eu sei...

Vá... sem medo, ergue-te...
limpa o sangue e o pó...
sente o sabor desse fogo que te corroi
sente a dor, bem forte no escuro da noite
e deixa que o medo te acalme....

os fracos é que lamentam
enquanto vêem os fortes rir...


Pandora de Montmartre
28 de Março 2008

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008




abrasador como um sol que se poe...
apareceste e queimaste tudo á minha volta...
mas como uma phoenix, para renascer das cinzas....


19 de fevereiro 2008

Pandora de Montmartre

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Morte ao tempo



É demasiado tarde...
o coração ja não bate,
e eu chamei por ti até ao último grito...

É demasiado tarde....
que adianta lamentar,
se eu te pedi pra ficares?

É demasiado tarde...
e tu, agora sobre esse corpo choras...
e eu, vejo-te deste lado e sussurro-te como consciência:

- É demasiado tarde...!!!


29 de Janeiro 2008

Pandora de Montmartre

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Hoje

Hoje,só porque é hoje,
um dia como os outros,
decidi torná-lo especial...
Não com palavras,
essas o vento arrasta-as,
não com gestos,
esses o tempo esquece-os,
não com sonhos,
esses são quimeras...

Mas hoje, so porque é hoje,
um dia como os outros,
decidi torná-lo especial
comigo mesma,
contigo e com os outros,
com memórias e lembranças,
com gargalhadas e esperanças,
com o que fomos e crescemos,
com o que sentimos e criamos,
sem medos nem receios...

Só hoje, porque é hoje,
um dia como os outros...

9 de Janeiro 2008

Pandora de Montmartre