segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Linguagem metafórica


Senti-me desvendada ...nunca ninguém me tinha defenido tão bem. Medo e tranquilidade fundem-se numa dança clandestina entre céus e terras. O silêncio diz tudo... e as vezes basta alguém que nos acompanhe nesse silêncio para nos sentirmos menos sós...
Não obstante ao que me rodeia, permaneço secreta no meu canto e observo-te lascivo a reparar nos meus traços...escondo o meu olhar e ausento-me em pensamento...não passas de um estranho que estranhamente me cativa...fecho os olhos por momentos, quando acordo estou no meio da multidão, invisível como sempre, no meu mundo... sinto-me aliviada e no entanto, num gesto mecânico procuro-te discretamente...
Somos humanos,e não ha gelo que se entranhe em veias onde o sangue fervilha com sede de viver...
Afinal, por baixo duma camada inquebrável de gelo não existe mais gelo...mas sentimento...quando despertado emerge numa erupção...mas os danos, esses poderão ser irreparáveis e é quando surge a mais retórica das questões: valerá a pena?

17 de Dezembro 2007

Pandora de Montmartre

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