Ja gastei a palavra adoro-te de tantas vezes a dizer,
ja gastei a força de tantas vezes me agarrar ao sentimento,
e a tua imagem está gasta e sem cor
de tantas vezes a recordar...
Queres-me sem me ter, que espere sem ansiar
e que me guarde sem me fechar.
Não me prendes com amarras
mas seguras-me com palavras...
Escapas-me entre os dedos,
como se fosses água que me mata a sede
mas não me sacia...
És um estranho que estranhamente me cativa,
que me fez ser o seu pecado,
mas a penitência pago-a eu,
porque tem o teu cheiro,
o teu sabor,
o teu toque...
Olhar-te-ei uma ultima vez nos olhos...
sentir-te-ei uma ultima vez afundares-te em mim...
e uma ultima vez guardar-te.ei comigo...
28 de Novembro 2008
Pandora de Montmartre