No rosto guarda as marcas de toda uma vida,
para ele efémera, para outros "coitado ja era velho".
Cada ruga é uma história que passou,
e tantas vezes lamentou
não ter mais uma para guardar...
Cada dia um passo, cada passo um momento
e bem para lá do firmamento,
sentiu nas veias o sangue
que lhe fervilhava vontade para mais.
Restou-lhe a sabedoria dos conselhos,
ja não caia tantas vezes...conhecia bem a estrada...
e quando por causa maior tropeçava,
mantinha-se firme como uma torga
e ja nada o abalava...
"Morreu de qualquer coisinha que lhe deu"...la dizia outro...
"Não, morreu de velhice,
e ser-se velho é um posto..."
(houve alguém que o disse)
"e velhos são os trapos... e nem esses velhos são,
morreu, parou-lhe o coração...
porque viver também cansa..."
Levou com ele o segredo da vida,
que cheiros o moviam,
que palavras o seguiam,
que sonhos o mantinham...
ninguém sabe....
"velhos são os trapos...e nem esses o são..."
Pandora de Montmartre
20 de Abril 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
O desgaste do tempo
Porque as vezes um sorriso não basta para me tranquilizar,
porque ás vezes afagar-me o cabelo ja não me arrepia
porque em tempos ter-te era tudo o que eu não podia
e ver-te partir, esfumar a tua imagem no horizonte
era deixar comigo a esperança de que o amanha era certeza...
Tantas vezes me apeteceu chamar o teu nome,
e ver-te olhar para trás so para me acenares mais uma vez...
Porque nesse tempo eras chama em mim,
bravo cavaleiro espadachim,
rosa vermelha flamejante,
soneto de amor cantante,
aroma de primavera e jasmim...
Agora sacudo o pó entranhado nas memórias...
ainda te tenho... mas é ja um ter de não ter...
porque me pareces escapar entre os dedos
e que quanto mais agarro menos seguro
e sinto-me sozinha neste muro
por querer mas não poder ter
por ter medo de perder...
e fico assim a olhar para ti sem te ver...
não é por mal...mas rebusco outra imagem...
A ansiar que voltes a cruzar o tempo
e ver-te chegar como o vento
la longe no horizonte...
Pandora de Montmartre
20 de Abril 2009
porque ás vezes afagar-me o cabelo ja não me arrepia
porque em tempos ter-te era tudo o que eu não podia
e ver-te partir, esfumar a tua imagem no horizonte
era deixar comigo a esperança de que o amanha era certeza...
Tantas vezes me apeteceu chamar o teu nome,
e ver-te olhar para trás so para me acenares mais uma vez...
Porque nesse tempo eras chama em mim,
bravo cavaleiro espadachim,
rosa vermelha flamejante,
soneto de amor cantante,
aroma de primavera e jasmim...
Agora sacudo o pó entranhado nas memórias...
ainda te tenho... mas é ja um ter de não ter...
porque me pareces escapar entre os dedos
e que quanto mais agarro menos seguro
e sinto-me sozinha neste muro
por querer mas não poder ter
por ter medo de perder...
e fico assim a olhar para ti sem te ver...
não é por mal...mas rebusco outra imagem...
A ansiar que voltes a cruzar o tempo
e ver-te chegar como o vento
la longe no horizonte...
Pandora de Montmartre
20 de Abril 2009
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